Um príncipe é abandonado no Ceilão

Um pequeno drama da História do Brasil que aconteceu no outro lado do mundo.

O príncipe dom Augusto Leopoldo de Saxe-Coburgo e Bragança, filho de dona Leopoldina e neto de D. Pedro II, servia como segundo-tenente a bordo do cruzador Almirante Barroso em viagem de circunavegação que já durava um ano em novembro de 1889.

Ao atracar em Colombo, no Ceilão (antigo nome do atual Sri Lanka) o almirante Custódio José de Mello, comandante do navio, recebeu um telegrama do Brasil que o informava que o Brasil havia se tornado uma República e que a família real encontrava-se exilada na Europa. A mensagem informava que o príncipe havia perdido a nacionalidade brasileira, devia renunciar ao posto na marinha e deixar o navio.

No dia 20 de dezembro Augusto deixou o navio no Ceilão, após ter sido homenageado pela oficialidade de bordo, que o tinha em respeito e boa camaradagem, com um jantar no Hotel Oriental.

Não era mais oficial, não era mais príncipe e nem mesmo tinha mais nacionalidade. Encontrou-se com a família na Europa e nunca mais retornou ao Brasil.