História dos goliardos
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História dos goliardos
Goliardo
A origem histórica dos goliardos situa-se em torno do século XII, quando o renascimento econômico comercial rompe o imobilismo dos séculos precedentes e aumenta a mobilidade social.
A própria dificuldade de enquadrar os goliardos dentro de um esquema social preciso, como acontecia na Alta Idade Média, quando os papéis sociais eram bem definidos, gera suspeita e escândalo entre os conservadores da época.
Os goliardos, afinal, são jovens intelectuais de espírito livre que, por sua condição econômica e social, são impedidos de se tornar professores das universidades medievais ou mesmo de prosseguir seus estudos, tornando-se intelectuais marginalizados, rebeldes, vivendo de expedientes, eventualmente a serviço dos ricos, seguindo o mestre preferido ou permanecendo onde ensinam professores famosos.
Anárquicos, são opositores de todos aqueles que se reconhecem nas castas sociais medievais, não só aqueles associados ao poder eclesiástico ou político mas também aqueles que estão presos à mediocridade e à ignorância, como os camponeses. Por sua feroz crítica antipapal, são freqüentemente associados ao partido gibelino mas na realidade os goliardos vão além: vêm no Papa não apenas o hipócrita tutor da tradição moral mas também o expoente de uma hierarquia organizada sob a nova força do dinheiro:
L'ordine del clero ai laici è in mala fama:
la sposa di Gesù divien venale
donna pubblica or è, lei che era dama.
Mas também no clero, os goliardos fazem distinção entre os párocos, que são poupados da sua crítica corrosiva por serem considerados vítimas da hierarquia e da avidez dos frades, que, com sua hipócrita profissão de humildade e pobreza, na realidade concorrem com os padres e se apoderam dos fiéis e dos donativos, vivendo uma vida de gozo nos conventos
Os goliardos sofreram perseguições e condenações, e acabaram por desaparecer da cultura dos séculos seguintes, à qual, todavia, deixaram como herança as suas idéias que reviveriam nos intelectuais do Humanismo, durante o Renascimento
A origem histórica dos goliardos situa-se em torno do século XII, quando o renascimento econômico comercial rompe o imobilismo dos séculos precedentes e aumenta a mobilidade social.
A própria dificuldade de enquadrar os goliardos dentro de um esquema social preciso, como acontecia na Alta Idade Média, quando os papéis sociais eram bem definidos, gera suspeita e escândalo entre os conservadores da época.
Os goliardos, afinal, são jovens intelectuais de espírito livre que, por sua condição econômica e social, são impedidos de se tornar professores das universidades medievais ou mesmo de prosseguir seus estudos, tornando-se intelectuais marginalizados, rebeldes, vivendo de expedientes, eventualmente a serviço dos ricos, seguindo o mestre preferido ou permanecendo onde ensinam professores famosos.
Anárquicos, são opositores de todos aqueles que se reconhecem nas castas sociais medievais, não só aqueles associados ao poder eclesiástico ou político mas também aqueles que estão presos à mediocridade e à ignorância, como os camponeses. Por sua feroz crítica antipapal, são freqüentemente associados ao partido gibelino mas na realidade os goliardos vão além: vêm no Papa não apenas o hipócrita tutor da tradição moral mas também o expoente de uma hierarquia organizada sob a nova força do dinheiro:
L'ordine del clero ai laici è in mala fama:
la sposa di Gesù divien venale
donna pubblica or è, lei che era dama.
Mas também no clero, os goliardos fazem distinção entre os párocos, que são poupados da sua crítica corrosiva por serem considerados vítimas da hierarquia e da avidez dos frades, que, com sua hipócrita profissão de humildade e pobreza, na realidade concorrem com os padres e se apoderam dos fiéis e dos donativos, vivendo uma vida de gozo nos conventos
Os goliardos sofreram perseguições e condenações, e acabaram por desaparecer da cultura dos séculos seguintes, à qual, todavia, deixaram como herança as suas idéias que reviveriam nos intelectuais do Humanismo, durante o Renascimento
Bruno Barreto- Membro Regular
- Mensagens : 16
Data de inscrição : 29/03/2010
Idade : 34
Localização : Pernambuco
Re: História dos goliardos
Olá Bruno,
Percebemos com essas ideias apresentadas no texto que algumas "sociedades" sempre tiveram conflitos com a igreja. Nunca tinha ouvido falar desses "goliardos", mas me veio à mente que esses poderiam ser os precursores das ideias iluministas e racionalistas, onde deixam a religião em segundo plano e a razão em primeiro.
O que vcs acham ?
Percebemos com essas ideias apresentadas no texto que algumas "sociedades" sempre tiveram conflitos com a igreja. Nunca tinha ouvido falar desses "goliardos", mas me veio à mente que esses poderiam ser os precursores das ideias iluministas e racionalistas, onde deixam a religião em segundo plano e a razão em primeiro.
O que vcs acham ?
luiseduardo- Membro Regular
- Mensagens : 10
Data de inscrição : 26/03/2010
Idade : 29
Localização : Fortaleza
Você já deve ter ouvido Carmina Burana...
Pois,é. Os goliardos aconteceram historicamente muito antes do racionalismo e do iluminismo e suas motivações são de outra ordem. Enquantos os goliardos eram "intelectuais abandonados" pelo sistema clerical e reagiam com desprezo e rancor, os iluministas e racionalistas são produto de um pensamento independente, liberto do jugo secular da imposição do aristotelismo tomista.
Uma peça musical bastante conhecida hoje, a "Carmina Burana" (do latim carmen,ìnis 'canto, cantiga; e bura(m), em latim vulgar 'pano grosseiro de lã', geralmente escura; por metonímia, designa o hábito de frade ou freira feito com esse tecido) é produto do trabalho dos goliardos e por essa razão é muitas vezes designada como "a ópera profana". Trata-se de uma peça muito vibrante e imponente composta pelo alemão Carl Orff que musicou os versos de um manuscrito dos goliardos com o mesmo nome.
Vale a pena ouvir. A cantata abaixo é "Fortuna Imperatrix Mundi":
Uma peça musical bastante conhecida hoje, a "Carmina Burana" (do latim carmen,ìnis 'canto, cantiga; e bura(m), em latim vulgar 'pano grosseiro de lã', geralmente escura; por metonímia, designa o hábito de frade ou freira feito com esse tecido) é produto do trabalho dos goliardos e por essa razão é muitas vezes designada como "a ópera profana". Trata-se de uma peça muito vibrante e imponente composta pelo alemão Carl Orff que musicou os versos de um manuscrito dos goliardos com o mesmo nome.
Vale a pena ouvir. A cantata abaixo é "Fortuna Imperatrix Mundi":
EuclidesPiR2- Administrador
- Mensagens : 169
Data de inscrição : 25/03/2010
Localização : São Paulo
Carmina Burana
O Euclydes citou a tradução do título dos poemas, Carmina Burana, com um erro.
O nome completo é: Carmina Burana: Cantiones profanæ cantoribus et choris cantandæ comitantibus instrumentis atque imaginibus magicis, ou, se me permite a traduçao, Canções de Beuern: Canções profanas (ou seculares) para cantores e coro e instrumentos com imagens mágicas. A palavra BURANA refere-se ao Codex Buranus, do Mosteiro Beneditino de Beuern (Benediktbeuern) na Alemanha. Portanto BURANA é o nome latino de BEUERN, de certo modo remetendo às roupas grosseiras dos monges.
O nome completo é: Carmina Burana: Cantiones profanæ cantoribus et choris cantandæ comitantibus instrumentis atque imaginibus magicis, ou, se me permite a traduçao, Canções de Beuern: Canções profanas (ou seculares) para cantores e coro e instrumentos com imagens mágicas. A palavra BURANA refere-se ao Codex Buranus, do Mosteiro Beneditino de Beuern (Benediktbeuern) na Alemanha. Portanto BURANA é o nome latino de BEUERN, de certo modo remetendo às roupas grosseiras dos monges.
josemq- Iniciante
- Mensagens : 1
Data de inscrição : 03/02/2012
Idade : 79
Localização : ESTADO DE SAO PAULO
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