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Os portugueses chegam ao Japão

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Os portugueses chegam ao Japão Empty Os portugueses chegam ao Japão

Mensagem por EuclidesPiR2 27th março 2010, 11:30

Quando os portugueses chegaram no Japão

Os séculos XV e XVI foram uma época de grandes expedições e conseqüentes descobertas. Após a chegada ao Brasil, em 1500, os portugueses navegaram para o Japão.

Em 1512, durante o reinado de D.Manuel I, chegam notícias de que existiria um arquipélago, na região onde o mercador italiano Marco Polo, na sua longa viagem pela China, em 1291, tomara conhecimento e que era chamado "Cipango" ou "Ji-pangu", local onde o sol nasce, em chinês. Não era lenda, como pensavam os contemporâneos do famoso mercador.

Na época os japoneses viviam isolados, pelo fato do país não ter ligação por terra com nenhum outro, e só tinham contato com a China e Coréia, de onde receberam fortes influências culturais, como a escrita, o cultivo do arroz e o budismo. Mas a informação que o ocidente tinha do Japão ainda vinha de mercadores, que tinham circulado pelo continente chinês. "Uma ilha grande, de gente branca, de boas maneiras, formosos e de uma riqueza incalculável", descreveu Marco Polo. A descrição deixava o novo país envolto numa névoa de fabulosas riquezas, e quando Cristóvão Colombo descobriu o Haiti, em 1492, estava convencido de que tinha chegado ao misterioso Cipango.

Já em 1540, as informações sobre o Japão estão mais claras, pois barcos japoneses ancoravam nas pequenas ilhas de Liampo (Ning-po), na costa chinesa, e lá tinham contato com mercadores portugueses. Ancoravam ali também barcos chineses de junco. Foi um desses barcos, segundo a história, que se dirigia para Liampo carregando três portugueses, que sofreu uma violenta tempestade e foi parar na ilha de Tanegashima, ao sul do Japão. A data desse acontecimento é 23 de setembro de 1543, de acordo com Teppo-ki (crônica da espingarda), escrito no Japão no início do século XVII.

Teppo-ki narra a introdução da espingarda pelos três náufragos portugueses e descreve as observações do chinês que atuou como intérprete dos estrangeiros:
"Estes homens bárbaros do sudeste são comerciantes. Compreendem até certo ponto a distinção entre superior e inferior, mas não sei se existe entre eles um sistema próprio de etiqueta. Bebem em copo sem o oferecerem aos outros; comem com os dedos, e não com pauzinhos como nós. Mostram os seus sentimentos sem nenhum rebuço. Não compreendem os caracteres escritos. São gente sem morada certa, que troca as coisas que possuem pelas que não têm, mas no fundo são gente que não faz mal".

O padre Francisco Xavier, que se encontrava em Málaca, na China, tomou conhecimento da descoberta do Japão pelos portugueses e ao conhecer um foragido japonês chamado Anjiro (que pode ser Ângelo, um nome de batismo), tomou a decisão de ir expandir a fé cristã no novo país.

Fugindo de uma acusação de homicídio, Anjiro havia buscado refúgio no navio do capitão Jorge Álvares, que esteve no Japão em 1544. Anjiro acompanhou Francisco Xavier em 1549 ao Japão e o auxiliou no trabalho de cristianização.

Numa das passagens mais curiosas da história, Xavier viaja para Kyoto, e em apenas onze dias verificou a razão porque a catequização não progredia e os japoneses davam pouca atenção às suas palavras: era a pobreza de que fizera voto, e que aos japoneses impressionava mal. Quando soube que o daimyõ (senhor feudal) de Yamaguchi era o mais poderoso do país, dirigiu-se para lá vestindo ricas vestes sacerdotais. O daimyõ ficou impressionado e recebeu de Xavier cartas do vice-rei da Índia e do bispo João de Albuquerque, pedindo autorização para o jesuíta pregar o cristianismo ali. A autorização do daimyõ, datada de 1552, diz:

"Este documento prova que dei licença aos padres vindos do Ocidente, para encontrarem ou construírem um mosteiro a fim de espalharem a lei de Buda". A última expressão mostra que os japoneses pensavam que se tratava de uma seita budista vinda da Índia. De fato, o daimyõ lhes deu um mosteiro budista para se instalarem.

Ao mesmo tempo que o cristianismo crescia, o comércio português também foi intensificando com o Japão. Os portugueses circulavam por vários portos e em todos faziam negócios. No Japão compravam prata, cobre, objetos laqueados e espadas. E vendiam sedas e ouro adquiridos na China. Em pouco tempo, Portugal passa a ser o único país a intermediar negócios entre o Japão e a China.

Apesar dos acontecimentos que se seguiram, como a chegada dos holandeses, o fechamento dos portos e o completo isolamento do Japão, a influência portuguesa no Japão pode ser vista ainda na atualidade. E não somente em Nagasaki, onde a presença portuguesa foi mais forte e demorada, mas em todo o arquipélago; atravessando o mar e chegando, curiosamente até o Brasil.

Como um simples exemplo dessa integração, temos algumas igrejas católicas no Brasil, onde as missas são realizadas em idioma japonês, por padres japoneses ou descendentes.

Palavras oriundas do português que são usadas no Japão:

Kappa Capa

Shabon Sabão

Koppu Copo

Castera bolo de Castela

Pan Pão

Kabocha Abóbora da Camboja

Tempura Tempero

Palavras japonesas que fazem parte do português:

Biombo Byobu

Quimono Kimono

Judo Judo

Autor: Francisco Noriyuki Sato – Formado em jornalismo e publicidade, ambos pela Universidade de São Paulo, foi um dos fundadores e presidente da ABRADEMI – Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações. Autor do livro “História do Japão em Mangá”, e do álbum “A Filosofia do Samurai na Administração Japonesa”, fez a adaptação para o português do livro “História do Xintoísmo”. Foi vice-presidente da Comunidade Budista Soto Zenshu da América do Sul, é Diretor de Eventos Culturais da ACAL – Associação Cultural e Assistencial da Liberdade.
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Mensagem por Carlos Costa 30th março 2010, 19:15

Durante o século XVI, nós portugueses, e os espanhóis, eramos conhecidos por os donos do mundo. Smile

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Mensagem por luiseduardo 31st março 2010, 14:03

Agora Carlos,
A França ou o Reino Unido, nessa época, já não eram mais ricos e poderosos que Portugal ?

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Mensagem por EuclidesPiR2 31st março 2010, 14:14

Sendo um Estado territorialmente pequeno numa época em que o mercantilismo era a atividade basica da economia das nações e situado no extremo oeste da Europa, face a face com o Atlântico, Portugal devia fazer-se ao mar e pelas rotas marítimas deveriam vir os recursos em ouro (o capital) e o comércio internacional (fonte de riqueza).

A centralização política em Portugal ocorre precocemente em relação ao resto da Europa e o Estado centralizado é mais eficaz em planejar e reunir os meios necessários ao empreendimento.

Inicialmente recorrendo ao financiamento pelo capital de Flandres o govêrno português, cercado de homens competentes e orientado por um planejamento bem delineado, passa a criar as condições necessárias reunindo astrônomos, matemáticos, geômetras, cartógrafos e navegadores em que teve papel importante a Escola Naval de Sagres.

A aventura portuguesa pelos oceanos foi fruto de boas gestões governamentais, da reunião de competências técnicas e do arrôjo dos marinheiros lusitanos.

Nos séculos XV e XVI, mais do que qualquer outro povo, os portuguêses dominam os mares, recebem um enorme afluxo de ouro extraído no Brasil e comerciam nos quatro cantos do mundo. Foi esse período o grande apogeu de Portugal.
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Mensagem por Carlos Costa 31st março 2010, 18:50

luiseduardo escreveu:Agora Carlos, A França ou o Reino Unido, nessa época, já não eram mais ricos e poderosos que Portugal ?

A partir dos finais do século XVI começaram a formar-se como potências, mas nas primeiras décadas desse século eram Portugal e Espanha as potências.

Nós e os espanhóis até fizemos um tratado, para dividir o mundo entre os dois países. Com o tempo saiu furada essa ideia. Laughing

Abraços.

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Mensagem por EuclidesPiR2 31st março 2010, 19:26

Carlos Costa escreveu:Nós e os espanhóis até fizemos um tratado, para dividir o mundo entre os dois países. Com o tempo saiu furada essa ideia. Laughing

O tratado que o Carlos se refere é o Tratado de Tordesilhas,
Os portugueses chegam ao Japão 225px-Folio01r
Os portugueses chegam ao Japão Mapatratadotordesilhas

Na História do Brasil esse tratado perdeu seus efeitos quando em 1580, após morte de D. Sebastião em Alcácer-el-Quibir, o trono português passou para Felipe II de Espanha. Os bandeirantes paulistas aproveitaram-se do fato e passaram a efetuar suas expedições para além da linha do tratado (que agora não tinha efeito), conquistando as brenhas e fundando povoações o que foi um dos principais fatores a determinar a extensão territorial do Brasil, que por efeito do tratado seria muito menor.
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Mensagem por Carlos Costa 31st março 2010, 19:35

Isso mesmo Euclides. O desaparecimento (morte) de D. Sebastião marcou o início do fim. Ainda hoje na cultura portuguesa existe o "Sebastianismo". Durante as primeiras décadas após o desaparecimento desse rei, o povo português pensava que ele voltaria para nos livrar do jugo espanhol. A isso chamou-me "Sebastianismo" que se caracteriza por nostalgia e esperança. Hoje em dia significa a nostalgia de outros tempos.

D. Sebastião foi, depois de D. Afonso Henriques, o rei mais popular de Portugal. Era alto, bem parecido, louro e morreu com apenas 24 anos.

Abraços.

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Mensagem por Crises 2nd outubro 2011, 17:02

Esse "Sebastianismo" teve um epsódio no Brasil, em canudos liderada por Antônio conselheiro.
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